segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nota: louvando o que bem merece...

O que o show de Mautner "homenageando" Raul Seixas teve de frustrante, a homenagem de Chico César a Torquato Neto teve de surpreendente na melhor acepção do termo.
A excentricidade espetacular do cantor paraibano com a firmeza doce da sanfona de uma bela moça (cujo nome infelizmente não encontro pela internet, tinha no folder, mas não o encontro!) fizeram uma verdadeira homenagem ao "anjo torto" piauiense. Com um livro de Torquato folheado no palco, mais vida ainda foi dada à apresentação.

Fazendo um mea culpa pelo projeto, Chico revelou que soube da necessidade de cantar músicas de Torquato em cima da hora, o que não lhe deu muito tempo para ensaio. Inclusive, ensaios entre ele e a acordeonista só puderam acontecer graças às chamadas da Web, ou seja, pelo tal Skype.
Provavelmente foi essa (enorme) falha de comunicação que gerou tamanho constrangimento na apresentação de Mautner. Por que isso não foi compartilhado com o público? Sabe-se lá. Só sei que foi para o próprio Mautner que pegou mais mal... Fico triste pelas pessoas que o conheceram naquela situação. Mas são longos anos de carreira, não será uma falha "técnica" que vai abalá-los.

Enfim, senti uma espécia de obrigação moral de fazer esta nota e o show desse fim de semana foi certamente digno dela.
No clima da Torquatália... "vou fazer uma louvação do que deve ser louvado (...) louvando o que bem merece deixo o que é ruim de lado".

domingo, 18 de setembro de 2011

Desabafo: um fiasco sem explicação...


“Que tal ouvir os rocks de Raul vibrando à toda nas cordas do violino de Mautner?”, propõe tentadoramente o folder do projeto Anjos Tortos – a MPB gauche na vida  do Centro Cultural Banco do Brasil.

Propaganda enganosa. O violino soou brilhantemente nas músicas de autoria do seu tocador, 99% do show. Mas a única coisa que as cordas de Mautner fizeram nas músicas do Raul foram zunidos da mosca na sopa quando estes não vieram desafinados da boca do cantor setentão carioca.

Falar em músicas de Raul no plural ainda é otimismo. Foram duas, apenas duas num show de 2h que se pretendia uma homenagem ao saudoso cantor baiano. Se algo de Raul foi ali homenageado, foi apenas a sua ebriedade. Ainda com muito otimismo, podemos fingir acreditar que os erros toscos cometidos nas letras dessas duas músicas quase clichês de tão conhecidas foram uma homenagem às famosas confusões que o “magro abusado” provocava em seus shows. Que nada... Tais erros não foram nada mais que a prova descarada de ausência de ensaios...

Risadas foram o que restaram aos que não abandonaram indignados o show pela metade... No fundo, só resisti pelo privilégio de ver artista de tal renome passar a vergonha que passou no palco.
Amanhã, Jorge Mautner terá a chance de seguir os conselhos de seu “homenageado” e tentar outra vez... Gostaria mesmo de saber no que vai dar.